No presente livro a autora destaca, a través
de uma discussão sobre a relação existente
entre a atividade turística e os processos
espaciais. Nos apresenta a questão das ambiguidades do
turismo, ambiguidades estas que dificultam o estudo e a investigação
do fenômeno: conceito de turismo , Conceito de viagem; lugares
emissores de turistas funcionando também como lugares receptores; motivações da
viagem; atividade turística transformando o espaço em mercadoria, inserindo-o
no circuito de troca. Considera a produção do espaço é um processo social e
histórico, em constante evolução e transformação.
Apesar de o espaço ser “produzido
socialmente, sua apropriação é privada”. E de fato. As instituições privadas
são a mais potente engrenagem da economia e elas se apropriam de espaços
físicos; o incentivo à iniciativa privada, no Brasil, por exemplo, cresce a
cada dia porque é nela que jaz o maior retorno financeiro. O turismo é um
exemplo brilhante: o uso turístico do espaço, que equivocadamente cria comumente
o chamado “território turístico” – o que há, na verdade, é a utilização de
porções do território -, indica que a presença do turismo naquele espaço é
categórica. O papel dos turistas nesse processo não deve ser ignorado, eles são
responsáveis pela invenção de vários destinos turísticos; toda a comunidade é
transformada em advento do turismo. Em última instância, devem-se manter em
mente os conflitos de interesse gerados quando o turismo se institui em espaços
já ocupados, investidores contra comunidade residente. Inovação até certo
ponto, há uma cultura a ser respeitada.
Os conceitos de “lugar”, passando por “não
lugar” até chegar no “pseudo lugar”. O antropólogo Augé sugere que o não lugar
na verdade seria o oposto de “lugar antropológico”, este lugar antropológico
seria “identitário, relacional e histórico”. Basicamente, o lugar antropológico
seria uma porção do espaço onde ocorre a reprodução da vida. Assim sendo, os
“não lugares” considerados pelo autor são aqueles “lugares de percurso” e
“lugares de paisagem” justamente por somente apresentarem finalidade de
circulação e deslocamento de pessoas; possuem a característica da efemeridade e
do temporário, é um “lugar” provisório na trajetória daquela pessoa apenas e
não será vivido por ela, por assim dizer. São os casos de aeroportos e os
shoppings centers. E por último, nos deparamos com o conceito de pseudo-lugar
ou simulacro como um “lugar produzido pelo turismo”.
Ao falar de redes ressalta o consenso de
diversos autores, redes pressupoem fluxos tanto inmateriais como materias, a
fluidez como um dos suportes da competitividade. Um amplo fenómeno social no
qual o turismo se apropia de outras redes criadas com outras finalidades, como
tambem induz a instalação de
novos territorios, novas redes. O resultado é a convergencia de redes de origens,
propósitos naturezas e idades diferentes.
Por Eugenio Prego
Comentários
Postar um comentário